Assembleia do Regional Sul 1 reafirma compromisso com a Sinodalidad
Por Administrador
Publicado em 10/06/2025 11:46
RELIGIOSO

A 87ª edição da Assembleia do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada entre os dias 03 e 05 de junho, ofereceu programa que manteve, entre as sessões, um “fio condutor espiritual”: o próprio Espírito Santo.

Da Diocese de Jales, participaram o bispo diocesano, Dom José Reginaldo Andrietta e os padres Eduardo Rodrigues Magnani (coordenador diocesano de pastoral) e Edvagner Tomaz da Cruz (reitor do seminário diocesano).

 

QUARTA-FEIRA (04)

No trânsito da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o bispo diocesano de Itapetininga, Dom Luiz Antônio Lopes Ricci, presidiu a Eucaristia na Capela do Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba. A Celebração, na manhã de quarta-feira, dia 4, marcou a abertura da segunda etapa da 87ª Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Como é bom, juntos, ouvir o que Jesus acabou de dizer: que todos sejam um”, disse o religioso.

Saudando os irmãos no Sacramento da Ordem e os irmãos no Sacramento do Batismo, Dom Luiz deu a dimensão da sinodalidade que tem permeado as discussões; “período vivido na alegria Pascal, mas muito intenso na realidade eclesial”, fazendo referência ao fim do pontificado do Papa Francisco e início da missão de Leão XIV. “Uma Assembleia como essa é uma expressão do cuidado de Deus”, completou o bispo.

“Nós levamos as pessoas para Cristo”

Considerando que a “sinfonia entre nós é possível quando o Espírito Santo é o regente. Vós que viestes até nós pelo caminho do amor, fazei irmos até Vós pelo mesmo caminho”, suplicou o bispo.

 

Primeiras sessões

Ainda na manhã do segundo dia de Assembleia, os bispos paulistas se reuniram em sessão reservada para encaminhar, entre outras prioridades, a eleição da nova presidência. O arcebispo de Ribeirão Preto e, até aqui, presidente interino do Regional Sul 1, Dom Moacir Silva, foi confirmado no posto. O bispo de São Carlos, Dom Luiz Carlos Dias, assumirá a vice-presidência do Regional. O bispo auxiliar de São Paulo e secretário da Entidade, Dom Carlos Silva, seguirá na função. Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo diocesano de Piracicaba, foi indicado ao Conselho Fiscal da Entidade.

 

Diretrizes Gerais

Como realizar uma Assembleia Diocesana a partir das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) em perspectiva sinodal? A pergunta foi apresentada como “norte” da partilha realizada pelo secretário-executivo do Setor de Campanhas da CNBB, Pe. Jean Poul Hansen. Segundo ele, “as Diretrizes apresentarão a ‘tenda’ como sinal. A flexibilidade da tenda nos ajuda a modificar, mudar de lugar e migrar a cada nova direção dada por Deus”, sintetizou o Presbítero.

Ainda falando aos coordenadores de pastoral das Dioceses e Arquidioceses Paulistas, o Pe. Jean Poul recordou aspectos apoiados na comunhão, participação e missão. Segundo ele, “é porque somos partícipes da comunhão eclesial é que somos enviados à missão”, disse.

Circulando pelos diversos capítulos da proposta de DGAE, a ser efetivada a partir de 2026, o expositor sublinhou os agentes eclesiais e suas contribuições no contexto. Recordando que o primeiro sujeito da missão é a Igreja local, especial atenção foi dedicada aos leigos, às mulheres, crianças, adolescentes e jovens, pessoas com deficiências, famílias, idosos e enfermos, migrantes, vida consagrada, ministros ordenados e ministros leigos. Diante de tantas realidades, “nós não podemos praticar a lógica do descarte”, alertou o presbítero.

 

Caminhos da missão

Iniciação à Vida Cristã, Comunidades de discípulos missionários, Liturgia e piedade popular, e cuidado da criação se apresentam como as quatro “balizas” para a formulação dos futuros planos de pastoral locais. “A única prioridade das novas Diretrizes são as comunidades de discípulos missionários. Eu penso que aqui nós temos um grande desafio pastoral”, sublinhou o Pe. Jean Poul. “Celebração, Catequese, círculo bíblico, corresponsabilidade e compromisso de transformação social” são, segundo o padre, os cinco “cês” da ação evangelizadora.

 

Resgate

“O sínodo é um dos mais precisos legados da última sessão conciliar”. Resgatando pensamento do Papa Francisco, o Pe. Jean Poul recordou que, para efetivação do espírito sinodal, não se pode ter pressa ou ideias previamente estabelecidas.

Considerando que os processos são mais importantes que os resultados contabilizáveis, o padre ofereceu pistas para uma Assembleia Diocesana que não figure como simples evento. “Nós somos frutos de um processo ou de um evento?”, provocou o expositor. Ainda no contexto das pistas, o assessor recordou que o Espírito Santo deve ser o protagonista do processo sinodal. “Em tudo, em tudo, buscar o discernimento que uma simples votação”, concluiu o Pe. Jean Poul.

 

PROTAGOSNISTA – O ESPÍRITO SANTO

Se a partilha do bispo diocesano de Camaçari (BA), Dom Dirceu de Oliveira Medeiros, levou o episcopado paulista à Assembleia Sinodal, no Vaticano, a Conversação Espiritual trouxe o Sínodo para o Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba. Na tarde de quarta-feira, dia 4, os participantes do encontro promovido pelo Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) viveram dinâmica que, seja na Europa ou no Brasil, tem como protagonista o Espírito Santo.

A exceção da Província de São Paulo, que pela extensão foi dividida em dois grupos, as demais Sub-regiões pastorais se reuniram à luz da primeira carta de São Paulo aos Coríntios.  Do capítulo doze foram escolhidos os versículos de sete a 11. “A cada um é dada a manifestação do Espírito para o bem comum” é a síntese do texto norteador.

Recordando as palavras do Papa Francisco, que apontou que “o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”, os participantes da Conversa no Espírito ofereceram contribuições para responder duas questões: o que identificamos do Sínodo na caminhada da Igreja no Brasil e em nossas Igrejas locais que podemos aprofundar e potencializar? Ao olhar a caminhada da Igreja no Brasil, focando em nossas Igrejas locais, quais os principais desafios que identificamos para recepção do Sínodo?

 

Partilha

O grupo de Aparecida recordou os exemplos de sinodalidade já existentes. Foram destacados o grande número de Documentos desconhecidos e não praticados, o que também figura como um risco para os textos sinodais.

A sub-região de Botucatu sublinhou as propostas em efetivação. “Transformar a mentalidade e fazer novas todas as coisas” foram apontados como desafios, junto à vivência da missionariedade. Já Campinas, completou a partilha lembrando que todos estão em processo sinodal, por exemplo, a partir dos Conselhos Paroquiais. Aprofundar o Documento Final do Sínodo é, igualmente, uma meta a ser perseguida. “Necessidade de formação acerca de autoridade e poder” foi o aspecto mais destacado pela sua exigência. “É preciso perseverar na sinodalidade com esperança”, partilhou o relator de Campinas.

Sorocaba apelou para o aprofundamento dos vínculos. O grupo também apontou para a comunicação, diálogo com os jovens e a conversão pastoral. “A Igreja em Saída anuncia, mas também escuta”, disse.

O grupo paulistano citou a Pastoral Presbiteral como espaço de escuta e diálogo. “A Arquidiocese de São Paulo viveu o Sínodo Arquidiocesano, o que facilitou a compreensão (do método sinodal)”. Também foi destacada a conversão como estilo de vida. “A corresponsabilidade na missão é para todos”.

Considerando a dignidade batismal, a sub-região Ribeirão Preto entendeu que “existem muitos desafios a vencer”. Segundo o grupo, é preciso perceber que os dons do Espírito são para todos. “A Conversa no Espírito é um ganho. É preciso ter esperança nessa metodologia. Se há a participação de todos, todos tornam-se corresponsáveis de uma missão e de uma conversão”, concluiu o representante da nova Província Eclesiástica de São José do Rio Preto.

No programa do segundo dia de Assembleia, a celebração dos 800 anos do Cântico das Criaturas e os dez anos da Lautato sí foi o destaque da noite.

 

ASSESSORES REGIONAIS

Dentre as sessões da 87ª Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a entidade instituiu duas novas assessorias para favorecer o acompanhamento pastoral em todo o Estado.

“As Novas Comunidades e Associação de Fiéis” e a “Ordem das Virgem e Leigas Consagradas” contarão com a assessoria de bispos para promover a ação evangelizadora nestes grupos nas arquidioceses e dioceses paulistas.

“O acompanhamento por meio destas assessorias episcopais manifesta o desejo de proximidade do Regional Sul 1 para essas dimensões em todo o Estado”, enfatizou o Pe. Luís Fernando da Silva.

O bispo diocesano de São João da Boa Vista, Dom Eugênio Barbosa Martins, SSS, foi escolhido como assessor regional para a Ordem das Virgens e Leigas Consagradas e as Novas Comunidades e Associações de Fiéis no Regional contarão com a assessoria de Dom Cícero Alves de França, bispo auxiliar de São Paulo.

 

QUINTA-FEIRA (05)

O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, no encerramento do segundo dia de atividades, dirigiu partilha que considerou do funeral do Papa Francisco à eleição de Leão XIV. Citando os mais de seis mil jornalistas e órgãos de imprensa credenciados, e as cerca de 170 delegações e representações diplomáticas, Dom Odilo sublinhou o “clima de oração em um ambiente muito sereno e tranquilo”, no interior da Basílica Vaticana, quando das celebrações de despedida. Sobre as Congregações Gerais, muito se falou, segundo o Arcebispo de São Paulo, sobre a missão da Igreja, questões atuais, urgentes e emergentes. Acerca do Conclave, o Cardeal Scherer reafirmou que não se implantou nenhum tipo de campanha, partidarismo ou algo na linha da disputa. “Foi o Espírito Santo que orientou as votações que foram realizadas segundo a consciência de cada votante”, concluiu.

 

Ação de graças

“Continuamos a ouvir o Senhor. Assim como Ele quis contar com o testemunho de Paulo em outros lugares, Ele continua a contar com cada um de nós”, disse o arcebispo de Ribeirão Preto e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Moacir Silva. Ainda durante a Missa, na abertura do terceiro e último dia, o religioso sublinhou a importância da unidade dos cristãos que, segundo ele, “é fundamental e necessária para que o mundo acredite em Jesus Cristo”. Dom Moacir destacou que “o intercâmbio de dons é um sinal eficaz da fé e do amor de Cristo. Uma Igreja sinodal se compromete a caminhar nos diversos lugares onde vive. Que São Bonifácio nos ajude, cada vez mais, a ser essa Igreja sinodal”, conclui o presidente do Regional.

 

Partilhas

Na sessão de quinta-feira (05), em diversas exposições, assuntos foram colocados em comum. A Equipe da “Ajuda à Igreja que sofre” falou das urgências verificadas ao redor do mundo e também no Brasil. No país, 224 projetos foram aprovados no último ciclo e cerca de R$ 20 milhões foram aplicados. Os bispos paulistas se comprometeram em favorecer a divulgação das atividades do organismo.

O bispo diocesano de Itapeva, Dom Eduardo Malaspina, dirigiu painel dedicado à Pastoral da Ecologia Integral. “Não cuidamos da Natureza porque ela seja deus, mas porque ela é obra de Deus”. Dom Malaspina sublinhou que cuidar da criação é um gesto de amor. “Floresta não é desperdício de terra”, afirmou, em vídeo, climatologista que considerou o papel das matas no equilíbrio da temperatura. “A Igreja, por meio da Pastoral da Ecologia Integral, pode ser uma voz profética”, igualmente sublinhou agente em vídeo exibido aos bispos e coordenadores de pastoral. O painel efetivado na manhã do último dia da Assembleia encontrou conexão com a Celebração que destacou os 800 anos da composição do “Cântico das Criaturas”.

 

Convite

No dia 27 de setembro, em Aparecida, será realizado o encontro de Diáconos. O convite foi partilhado pelo Diácono José Silva, da Comissão Regional dos Diáconos do Regional Sul 1 da CNBB.

 

Formação

O bispo diocesano de Franca, Dom Paulo Beloto, dirigiu partilha sobre a formação dos futuros Presbíteros. “O padre se configura a Cristo Sacerdote”, disse. Representando a Organização de Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) do Regional Sul 1 da CNBB, Pe. Edvagner Tomáz da Cruz, completou a exposição. “Dia 13 de setembro, na peregrinação pelo Ano Jubilar, teremos o Jubileu dos formadores e seminaristas em Aparecida”.

 

Laicato

O Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) também ocupou parte da última sessão da Assembleia a partir de exposição realizada por agentes do Estado de São Paulo. As urgências, dispostas em dois eixos (missão e estrutura), mereceram citação. “Como ajudar na implantação do CNLB nas Dioceses e Arquidioceses?” configura como grande desafio. “É um processo: primeiro a gente faz um contato, cria um pequeno grupo até formar o Conselho”, disseram os agentes. De 19 a 22 de junho acontecerá o 8º Encontro Nacional. 585 leigos já estão inscritos. O bispo emérito de Jundiaí, Dom Vicente Costa, acompanhou o casal Celia Soares de Souza e José Luiz Gomes de Almeida.

 

Gratidão

Ao final da última sessão, a presidência agradeceu as expressões envolvidas na organização e na vivência da 87ª edição da Assembleia do Regional Sul 1 da CNBB. “Saímos daqui mais comprometidos com uma Igreja Sinodal”, concluiu o arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva, antes da Oração da Hora Média.

 

Texto e fotos: Pascom | Regional Sul 1

Comentários

Mais notícias

Não temos nenhuma recomendação no momento